A tiração de onda do pernambucano dá flecheiro todo dia. O povo aqui inventa sempre uma forma de rir em meio à precariedade. É tirar onda da praia com tubarão, dançar passinho no buraco cheio d’água ou tobogã de bike no túnel alagado.
Agora, sabe uma brincadeira nada chic? Usar errado as EPIs de prevenção do COVID-19. Na passarela da pandemia, identificamos os modelos teimosos que desfilam com looks erradíssimos na cidade:
LOOK CONTÁGIO INFANTO-JUVENIL: crianças que os/as responsáveis deixam correr por aí sem proteção e adolescentes que dão uma voltinha de bike ou ficam paquerando e namorando sem máscara. LOOK CONTÁGIO ADULTO: passeia sem máscara enquanto grita que é só uma “gripezinha”. Quase uma performance. LOOK CONTÁGIO IDOSO: vai conversar com a vizinhança sem máscara poque “só tem conhecido”.
Um outro destaque dessa temporada é o acessório “máscara descontruíde“:
– MÁSCARA NO QUEIXO: tendência principal nas ruas de Recife. É muito vista naqueles dias de mormaço, que as pessoa alegam estar “esbaforidas”. – MÁSCARA NA BOCA, MAS NÃO NO NARIZ: muito usada por quem quer exibir a máscara e a preocupação com o vírus, mas mostrar a carinha ao mesmo tempo. Um look isentão. – MASCARA NO COTOVELO: esta novidade remonta ao estilo motoqueiro irresponsável, e desloca o acessório de rosto para o cotovelo. É a EPI pra inglês ver. O famoso “eu tô cumprindo a lei”.
Se você se percebeu uma vítima das tendências e está usando um desses looks, se avie!
O lugar da máscara éno rosto cobrindo a boca e o nariz. Andar sem EPI pra levar uma brisa é contaminação batendo na porta! Quando o presidente disse que máscara é coisa de viado, a gente entendeu que era hora de todo mundo DAR CLOSE e sair com máscara de todas as cores da bandeira LGBTQIA+. Sabe aquele boy que é “engenheiro civil e melhor que você” (SIC)??? Não seja essa pessoa!
Várias campanhas estão distribuindo EPIs. A reabertura não acabou com COVID e o look certo é manter a proteção e os cuidados com a saúde <3
Algumas das notícias mais chocantes desta pandemia são sobre trabalho doméstico. A trabalhadora encontrada trancada num cômodo e que era escravizada por uma empresária, casos de trabalhadoras que se contaminaram e foram demitidas, apesar de a contaminação ser considerada acidente de trabalho e, portanto, sob direitos trabalhistas, a que foi infectada pelos patrões e foi o primeiro caso de morte por COVID-19 do Rio de Janeiro, a triste e revoltante morte do menino Miguel enquanto sua mãe trabalhava. Mulheres que tentavam manter seus empregos em meio à incerteza dos tempos que vivemos.
O teor escravocrata destas notícias é alarmante, não acha? E, além dessa carga histórica de maus tratos, as trabalhadoras domésticas sofrem com outra das consequências do isolamento: o desemprego. Com essa preocupação, a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad) explica os problemas enfrentados pela categoria e pede apoio à campanha de doações “Cuida de Quem te Cuida“.
Veja no vídeo as falas da categoria, que tem mais de 7 milhões de trabalhadoras. E não esqueça: serviço doméstico NÃO é serviço essencial! Se você contrata serviços destas profissionais, mantenha o pagamento enquanto elas praticam isolamento social. Os filhos destas trabalhadoras estão em campanha contra as demissões. Respeite as profissionais e lave os pratos na quarentena.
Para doar Banco do Brasil Fenatrad Ag. 3457-6 C.c. 75760-8 CNPJ: 31. 709.841-0001/04
Ficha técnica do vídeo Roteiro e Direção: Elisa Brites Edição e Finalização: Junior Vieira Colaboração: Luiza Batista (Fenatrad), Jurema Brites, Mary Castro e Thaís Montcelli
APOIE A ARTE FULNI-Ô! APOIE A LUTA INDÍGENA!Cocares belíssimos como esse estão sendo vendidos e rifados
Já sabemos que a pandemia do COVID-19 paralisou diversas atividades e espaços do cotidiano. Nos ambientes urbanos, quem possui o privilégio de trabalhar de casa, se isola. E quem não possui, se expõe em trabalhos precarizados para evitar a miséria. Muites nem essas duas opções possuem. Se nas cidades, milhões se desdobram para garantir a sobrevivência das próprias famílias, como andam as comunidades dos interiores? Como estão as condições dos povos indígenas?
Xicê Fulni-ô, agente de saúde de Águas Belas, explica em entrevista os desafios enfrentados pela sua comunidade. “Todo mês de abril, os Fulni-ô tem o costume de viajar pelas capitais fazendo apresentações de dança e vendendo artesanato. A capital mais próxima é Recife, mas os artistas visitam várias cidades, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outras”, diz ele. Além das apresentações culturais, o Grupo Cultural Indígena Walê Fulni-ô viaja pelo país e também faz visitas a escolas, apresentando sua cultura a não-indígenas de forma educativa. As apresentações e as vendas de artesanato do mês de abril compõem boa parte da renda da comunidade, habitada por cerca de 4 mil pessoas, que também praticam agricultura de subsistência. Como este ano, as atividades e viagens tiveram que ser canceladas, as pessoas da aldeia estão contando com a solidariedade da sociedade civil e com as ações governamentais.
“Algumas pessoas conseguiram o auxílio emergencial do governo, mas muitas ainda estão na fila de espera. Está sendo uma situação muito difícil pra todos nós. No momento, estamos dependendo de doações de cestas básicas e materiais de higiene, muitas vindas de ONGs que já mantinham alguma parceria conosco, mas também de pessoas anônimas de outras regiões. Chegamos a fazer uma rifa de cocar, mas ainda estamos precisando de ajuda”, ressalta Xicê. Além da rifa, a comunidade está com uma vaquinha aberta para apoiar o Grupo Walê. Não devemos esquecer de apoiar os povos originários no enfrentamento dessa pandemia: além de ser um ato de solidariedade, é um ato de reparação histórica. Os Fulni-ô, assim como outras comunidades indígenas, não são priorizados de forma adequada pelo governo. Cabe a nós enquanto sociedade apoiar a luta e o trabalho indígenas.
A PANDEMIA NA COMUNIDADE FULNI-Ô DE ÁGUAS BELAS EXPLICADA POR XICÊ
Dos efeitos do isolamento às estratégias de contenção do contágio na aldeia, os Fulni-ô contam com a força coletiva, apoios externos, cuidados com a saúde e a conexão com a espiritualidade.
Efeitos do isolamento
“Nós indígenas, temos o costume de ficar muito próximos. Foi difícil [o isolamento]. Mais de 14 pessoas da equipe [de saúde] contraíram o vírus, inclusive eu. Só agora está tudo mais tranquilo, o que não quer dizer que estamos livre do COVID-19. Mas agora podemos ter mais tranquilidade. Estávamos limitados a ir na cidade pra comprar alimentos, porque os mercados ficaram fechados, as feiras livres também, então faltava até alimento. Foi um caos na comunidade – imagine como é numa cidade grande, no interior fica mais difícil. Eu percebo, porque também sou agente de saúde, mas trabalho com as plantas medicinais. Eu fiquei um mês de quarentena porque não tinha condições de trabalhar, mas todos estavam empenhados em ajudar”.
Saúde Indígena na Pandemia
Xicê explica que várias informações sobre a prevenção da doença chegaram remotamente através da equipe do Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), órgão responsável pela saúde indígena, que indicou uso de EPIs e produtos de higiene como álcool em gel. “A SESAI criou uma equipe multidisciplinar, com médicos, enfermeiros, técnicos, odontólogos, psicólogos, nutricionistas”, ressalta.
Casos na aldeia
Segundo Xicê, “estima-se que mais de 400 pessoas pegaram o COVID, só que se recuperaram. Cinco pessoas chegaram a óbito, porque as 3 mulheres tinham mais de 70 anos e com histórico de pneumonia, os outros 2 mais jovens tinham histórico de diabete e tuberculose, e só tiveram assistência depois, porque ninguém sabia. Muitos ficaram doentes dentro de casa acamados e não sabiam como proceder porque não sabiam que doença era aquela, se imaginava que era uma gripe muito forte, doia os ossos, a cabeça, que cansava”. O receio em levar pessoas doentes ao hospital, o alarde sobre a doença na imprensa e a crescente falta de recursos estão sendo contornadas com os apoios. Mas “isso tudo causou muito estresse, ansiedade, problemas psicológicos em nós, indígenas. Eu tô na linha de frente ajudando meus indígenas a entender, procurar ajudar ligeiro, não ficar achando que é uma gripezinha”.
Contenção da Doença
Xicê ressalta que os Fulniô estão “fazendo barreiras nos pontos da aldeia onde tem o tráfego de carros, motos, pessoas, colocando álcool em gel nas mãos, na ida e na volta, oferecendo máscaras. O nosso dia dia tá sendo esse, somos nós mesmos indígenas que estamos levando nas costas, com a ajuda do governo, município, das pessoas que se sensibilizam com os povos indígenas”. Ressalta o papel dos agentes de saúde, que “vão nas portas ver quem está com síndrome gripal, com tosse. Cada semana fazem um somatório e até hoje não foi notificado um caso de gripe”. Ele acrescenta: “Temos que buscar a fé e a espiritualidade, mas a medicina faz sua parte. Eu agradeço muito porque, você veja uma comunidade com 4mil indígenas e apenas 5 óbitos…”
Marsha P. Johnson (esquerda) e Sylvia Rivera (direita) com Joseph Ratanski em marcha em 1973
Estamos nos ultimos dias de junho, mês de recordar, aplaudir, abraçar as causas LGBTIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, trans, intersexuais e assexuais) em todo o mundo. O mês foi escolhido por marcar a data 28 de junho de 1969, no bar Stonewall, em Nova York/EUA, onde o orgulho começou. Mulheres e homens trans, gays, lésbicas, pessoas não-binárias e, especialmente, travestis como Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera resistiram às violentas batidas políciais feitas ao bar, que tinham o objetivo de intimidar as sujeitas que frequentavam o local, conhecido por acolher pessoas dissidentes sexuais. Pois elas e eles não se fizeram de rogados: por duas noites realizaram protesto em frente ao bar, com discursos e garrafadas. Um ano depois a organização resultou na primeira Parada do Orgulho LGBT, reverberando depois no Brasil, como lembra Jovanna Cardoso.
Por isto neste mês ficam mais visíveis as campanhas de orgulho e solidariedade que acontecem todos os dias. O Instituto Transviver, em Recife, está engajado na arrecadação de alimentos e materiais de limpeza destinados a comunidade LGBTIA+ desde o início da pandemia. Promovendo rifas, vendendo camisas, em parcerias com empresas e engajando a sociedade nesta solidariedade. Já em Petrolina, o Cores – Movimento de Defesa da Cidadania e do Orgulho LGBTQIA+ está em colaboração com a Rede LGBT do interior de Pernambuco e o Movimento Leões do Norte para acolher e apoiar pessoas em vulnerabilidade.
É o caso do Mês urgenT, uma iniciativa em prol da AMOTRANS para arrecadação de grana para cestas básicas destinadas às pessoas trans e travestis de Pernambuco. A associação também se preocupa com o atendimento psicoterapeutico necessário ainda mais nestes dias de pandemia em que parte desta população vive em subempregos ou desalento trabalhista. A pesquisa da ANTRA nos escancara que o número de assassinatos contra mulheres trans e travestis aumentou em 49% durante o período de quarentena, como o feminicídio da última quinta-feira. Junta-se a isso e expulsão escolar, gerando a falta de oportunidades.
As campanhas vem se contrapor a cisgeneridade e suas formas de controle e exclusão. Por isto encontraremos campanhas mescladas, que envolvem arrecadação de subsídios mas também valorização, celebração e visibilidade de trabahadoras, artistas e políticas LGBTIA+, trazendo também debates afirmativos sobre as identidades e orientações sexuais, propagando a educação e o respeito da população. Provocando afetividade e empatia.
Keila Simpson, na abertura do Travestilizando 2020, resumiu bem: “Orgulho de sermos quem somos [neste] isolamento social. A gente ta com essas atividades todas nesse mês acontecendo pra falar de reação, pra demosntrar que a gente ta reagindo bastante com relação com o que acontece na nossa comunidade. A gente tem reinventado muito dessa forma de fazer nova, de inventar coisas novas, de fazer ações importantes que reverbera sobre toda a comunidade. E ai a gente aqui não está nenhuma vez cobrando protagonismos, nunca cobramos esses personalismos. Sempre trabalhamos muito pelo coletivo. A gente faz com que tenha essa empatia, de todas as nossas produções, de todas as nossas atividades, ter sempre essa resposta muito positiva da comunidade que está conosco, sendo pessoa trans, sendo pessoa cis, de qualquer identidade, de qualquer forma que se apresente. Então a gente não faz muito essa assepcia de pessoas. Nós somos um grupo, uma instituição nacional que cada vez mais quer incorporar diversas pessoas, diversos temas, dentro desse nosso universo”.
DOE para as LGBTIA+, compartilhe esse texto, vamos espalhar o orgulho e a solidariedade <3
Caranguejo Tabaiares é uma comunidade ribeirinha localizada em área central do Recife. Por sua localização, vem sendo alvo da especulação imobiliária somada a pressões de remoção por parte do Estado. Com dificuldades de infraestrutura, principalmente saneamento, a comunidade, com 5 mil famílias, sonha com um projeto urbanístico que traga melhorias pros moradores sem retirá-los do seu local. Querem permanecer no seu lugar, que é, acima de tudo, afetivo. Mas é também onde criaram suas redes de trabalho e de cooperação.
Com a pandemia, as dificuldades aumentam, famílias grandes se apertam em casas pequenas e tem o espaço da rua como extensão de suas moradias. Manter-se isolado é um desafio. Muitas moradias também não tem água encanada. Fora isso, a maioria dos moradores e moradoras tem sua renda ligada ao trabalho informal, que agora está comprometida e depende de verdade, da solidariedade de outras pessoas para permanecer uma comunidade unida e viva nesse momento.
Como doar Banco do Brasil Ag.: 1833-3 Conta Poupança: 24332-9 Variação: 51 Clube de Idosos Unidos Venceremos CNPJ: 05.699.639/001-20
Ao fazer sua doação, se puder, envie o comprovante para que a entidade possa conferir se a doação chegou <3
Saudade do carnaval né minha filha? Então bora HOJE pra a live de frevo em solidariedade aos artistas que fazem a nossa folia.
O covid-19 chegou no Brasil um pouco depois do carnaval, então conseguimos curtir a festa que passamos o ano todo esperando. Quem não está lembrando das aglomerações gostosas do sobe-desce nas ladeiras de Olinda? Se em condições normais viver da cultura já era difícil, agora está muito mais complicado. Novamente, a solidariedade se faz necessária e poderá ser praticada enquanto matamos a saudade do nosso carnaval!
Hoje vai rolar uma live frevística e solidária no canal do YouTube e na página de Instagram (t.c.m.j.causa_ganha) da T.C.M.J. Causa Ganha a partir das 18h e quem vai garantir esse momento folião pra nós é a Orquestra de Bolso. O objetivo do evento virtual será arrecadar fundos e alimentos para aqueles artistas e profissionais que fazem a nossa festa mais amada ser a melhor do mundo: os músicos <3! Vamos retribuir, em forma de solidariedade, através de doações, àqueles que garantem que a nossa festa aconteça. Você pode contribuir com doações financeiras ou, ainda, entregando alimentos nas sedes do Cariri Olindense e da Pitombeira dos Quatro Cantos.
Não vacila! Faz a sua doação, se liga nos pontos de arrecadação e se esbalda na live! Vamos ajudar as agremiações a conseguirem 500 cestas básicas!
Além da live de hoje, a T.C.M.J. Causa Ganha está com a campanha deadoção de famílias, com a doação de uma cesta básica por mês para garantir a alimentação de pessoas que não conseguiram o auxílio emergencial do governo.
Anúncio da Live solidária da T.C.M.J. Causa Ganha
SERVIÇO
Sede da Pitombeira: Rua 27 de Janeiro, 128, Carmo, Olinda Sede do Cariri: Rua Cândida Luísa, Guadalupe, Olinda (próxima à escadaria do Largo do Guadalupe) Contato de Whatsapp: (81) 9.9740-3271 [Sílvio Andrade] Dados Bancários: Andrea Maria S S Andrade Caixa Econômica Federal Conta: 7033-3 Ag: 2193 Op: 013
Aviso: várias agremiações estão juntas nessa campanha. Caso vá levar cesta básica ou contribuições nos pontos de arrecadação, favor pedir para anotar a agremiação à qual se destina.
Você pode ajudar a campanha da comunidade Frei Damião divulgando estas imagens em suas redes de contatos. Imagem para mensageiros ou feed de notícias.
Os efeitos da quarentena não acabaram! Continuamos numa luta diária para que a pandemia não avance em bairros periféricos. Mesmo com a flexibilização, as comunidades continuam sofrendo as consequências do isolamento, do desemprego generalizado e da negociação das leis trabalhistas. Por isso, republicamos aqui o pedido que continua URGENTE de doações para a Comunidade Frei Damião, em Caetés 1, Paulista.
A comunidade está com ações de solidariedade para o momento da pandemia. Estão arrecadando algumas doações, mas não o suficiente para atender as cerca de 130 famílias de lá.
Se você pode, DOE, espalhe essa imagem.Qualquer apoio continua se fazendo necessário.
Imagem para compartilhamento nos Stories de Instagram
Batuqueira arrecada intens de higiene e produtos para cabelos crespos no Bode
Uma das batuqueiras do Maracatu Baque Mulher, está arrecadando produtos de higiene e produtos de cuidado com o cabelo crespos e cacheados, para presentear meninas na comunidade do Bode. A proposta começou com a ação da batuqueira, que presenteou 7 meninas com kits desses itens. O desafio agora é conseguir mais 60 para que todas recebam.
Se quiser fazer uma doação de produtos, entre em contato pelo telefone (81) 9.9784-4855 (Neidinha)! Para fazer um depósito bancário, veja os dados abaixo.
Lista de produtos: – creme de cabelo, – shampoo, – absorvente íntimo, desodorante, escova de dente, creme dental, cotonete e sabonete.
Valor de cada Kit: R$30,00
Dados Bancários: Banco do Brasil Agência: 1835-x Conta Corrente: 31091-3 Neide Maria Silva Cpf: 643.493.905.10
Fulniô realizam rifa para angariar recursos
Para ajudar as famílias fulniô que dependem do artesanato, você pode participar da Rifa Solidária que vai sortear esse lindo cocar. Segundo Xicê Fulniô, o cocar “vai levar para a casa do amigo branco sorteado luz, prosperidade, proteção e a força do Grande Espírito!” O dinheiro será destinado às famílias mais necessitadas da aldeia.
Serviço: Valor da Rifa: R$ 35 Sorteio: 1) Você Realiza o pagamento da rifa na forma de transferência bancária; 2) Entra no grupo do whatsapp coordenado por Xice (87) 99826-0493 3) Escolhe um número que deseja para concorrer à rifa 4) espera o período de aproximadamente 1 mês para a realização do sorteio
Dados Bancários: Banco do Brasil Agencia: 1012-x Conta corrente: 7.782-8 CPF.657.517.524-49 José Francisco De sá VALOR DA RIFA: R $35,00
O governo está escondendo os dados sobre o número de infectados e falecidos pelo COVID-19, mas há outros dados que, desde o começo da pandemia, estão ocultos: o impacto do trabalho comunitário no enfrentamento ao coronavírus. Menos falado ainda é o papel das mulheres negras neste momento. Parte da população pobre, a mais afetada pela pandemia, estas mulheres estão cuidando da família, da casa, dos doentes e correndo atrás do sustento. Quando não estão ainda mais atarefadas ajudando as comunidades em que moram a resistir coletivamente através de campanhas de doação e distribuição de alimenos e itens de higiene.
Engajadas no mapeamento e propaganda das ações de solidariedade, as colaboradoras do Mapa Solidário, agregador de campanhas em Pernambuco, entrevistaram mulheres negras que atuam em suas comunidades na Região Metropolitana do Recife. Além da exposição de informações sobre a saúde pública, é importante mostrar a batalha diária dessas lutadoras em ações de apoio mútuo em seus territórios. A mulher negra é, sem dúvida, protagonista no enfrentamento ao COVID-19.
Comunidade de Caranguejo Tabaiares, Centro do Recife
Durante a pandemia, velhos problemas conhecidos do movimento feminista e de mulheres negras se intensificaram. Violência doméstica, falta de infra-estrutura e acesso a serviços públicos e sobrecarga nos trabalhos domésticos são alguns deles. Pra piorar, o desemprego e a fome aumentaram nas comunidades e pioraram a já precária estrutura de vida das famílias. Para Joelma, “a principal questão é o desemprego que depois da pandemia piorou muito”. Liliana ouviu “relatos de trabalhadoras e trabalhadores que foram afastados porque o patrão simplesmente disse ‘não dá pra pagar você, vai ter que aguardar e pronto'”. O isolamento impactou diretamente na renda, já que “muitas [mulheres] trabalhavam de maneira autônoma, seja na venda de produtos, seja com diárias, lavagem de roupa, costura, vendas de cosméticos e faxinas”, diz Joice. Em Caranguejo Tabaiares, muitas “iam para o sinal vender coisas para se manter e hoje não tem condições,” aponta Sarah.
Por mais que uma parte da população consiga, é muito difícil manter isolamento quando na sua comunidade e na sua casa a pandemia acentuou a precariedade da vida. “É um estado permanente de vulnerabilidade social, óbvio que com a pandemia aumentou”, diz Flávia. Por exemplo, “como se higieniza sem água e sabão e, sobretudo, como se fica em casa sem alimentação?”, completa. Para Liliana, “você fazer quarentena num espaço muito pequeno, com crianças, com pessoas da família que não tem condições de ficarem dentro de casa” é uma dificuldade para as mulheres.
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Nas comunidades, a questão da violência doméstica não mudou. Como os agressores – geralmente homens – permanecem mais tempo dentro de casa, a fome e o desemprego acabam sendo um álibi. Liliana nos repassou relatos de “xingamentos, grosserias e violência psicológica, a pressão por botar comida dentro de casa sem ter condições”, além da jornada triplicada dentro de casa com as crianças sem aula. Joelma relata o caso de uma moça que precisou mudar-se de bairro para fugir das agressões: “Nesse contexto que estamos não tem como se resolver nada, então ela preferiu realmente sair daqui da comunidade com medo disso, a gente já teve caso de [feminicídio] aqui por isso, de ex marido”. Joice acrescenta que a subnotificação aumenta por conta do isolamento social, que diminui o acesso às delegacias especializadas pela dificuldade no deslocamento e pelo medo da convivência com o agressor. Além disso, “a cotidiana violência policial chega sempre de forma agressiva na comunidade”, ressalta Flávia. A desconfiança diante dos dados oficiais que apresentam uma diminuição dos casos de violência contra a mulhersoma-se à ausência de acompanhamento às famílias pelos postos de saúde nos bairros, como nos lembra Sarah.
O PAPEL DA MULHER NEGRA NAS LUTAS COMUNITÁRIAS
Ação no Centro Mario Andrade, no Ibura
Por serem um dos grupos mais impactados pelo COVID-19, as mulheres negras são também as primeiras a se mexer. Seja no Ibura, Córrego do Euclides, Várzea, ou qualquer outro território periférico, são as mulheres que se organizam para cuidar das suas comunidades e das suas famílias. “Elas se organizam em pequeno grupos, identificam quem são as que mais precisam, arrecadam material de limpeza, alimentos e máscaras e organizam a distribuição, seguindo todos os cuidados dados pela autoridades de saúde”, explica Flávia. Para além de todas as ações práticas que envolvem o ato de cuidar, as mulheres muitas vezes se encontram na função de equilibrar o estado emocional das pessoas do lar. Liliana deixa negritado que são as mulheres que atentam para que todes façam uso da máscara, lavem as mãos além dos outros protocolos básicos de higiene.
Como sempre, a mulher negra é empurrada a ser responsável pelo bem estar das pessoas ao seu redor. “São elas que se articulam para conseguir as cestas básicas, mesmo que não carreguem o peso, elas que ficam nas filas e vão atrás, também no que diz respeito à saúde: se tem alguém doente em casa são elas que vão nos postos de sáude obter informações, ir atrás de remédios etc”, explica. Joelma ressalta que enquanto as mulheres se movimentam, os homens além de não marcarem presença nas ações solidárias, se expoem de forma desnecessária, levando para dentro das suas casas o vírus. “De 5h, 6h da manhã a avenida principal tá cheia de cara tudo sem fazer nada, batendo papo. Quem está fazendo os corres pra manter o sustento da família são as mulheres”, diz ela.
Não podemos precisar por quanto tempo a pandemia do COVID-19 ainda impactará as nossas vidas e comunidades, mas uma coisa é certa: as mulheres negras não podem seguir sendo o alicerce de tudo ao seu redor sozinhas. Precisamos encontrar formas de redistribuir coletivamente as funções que elas exercem, além de exigir do governo a estrutura devida no que diz respeito à saúde e à assistência social a essas comunidades. Dos Governos e Empresários não esperamos nada, apenas exigimos o que é nosso. Mas é das pessoas próximas que esperamos uma mudança solidária que ande ombro a ombro com a libertação da mulher negra até atingirmos uma sociedade livre do capitalismo, do racismo e do machismo.
Naomi e suas Filhas, 2013. Fotografia de: Kehinde Wiley, cortesia da Galeria Stephen Friedman Gallery. Reprodução da Publicação no The Guardian
O antifascismo é, principalmente, agir. Nos últimos dias as redes estão comentando super sobre antifascismo com hashtags, imagens. E uma excelente forma de ser antifascista é apoiar os movimentos comunitários que estão segurando as pontas nos seus territórios. Nesse período de extrema vulnerabilidade, uma parcela grande da população que sempre foi esquecida pelo Estado racista, sexista e classista conta com esses movimentos para resistir à pandemia. Essa galera está arrecadando doações para distribuir cestas básicas, kits de higiene e outras coisas para as pessoas terem o mínimo de subsistência. Se você não pode doar, espalhe a campanha, fale com aquele seu amigo ou familiar que vive numa situação mais confortável financeiramente. Parece óbvio, mas as pessoas precisam comer!
Por que antifascistas?
O antifascismo surge contra as ideias supremacistas, ou seja, contra a ideia de que existe um grupo social, etnia ou território superior a outro. Ele traz as contribuições coletivas de grupos dissidentes e de apoio mútuo entre pessoas racializadas, LGBTs, organizações socialistas, trabalhadoras e estudantes, movimentos de negritude, indígenas e outras minorias identitárias. São estas pessoas que formam movimentos sociais que combatem o sistema capitalista desigual, cis heteronormativo e racista.
Ou seja, dizer-se antifascista é estar em colaboração horizontal com seus pares e parceiras do seu bairro, cidade, estado e do mundo todo <3 <3 <3